É estranho perceber que embora o tempo possa ter passado, certas coisas nunca mudam. Nunca mudaram. Não mudarão.
É estranho voltar pro teu ninho e sentir que ali não é mais o teu ninho.
E mesmo assim sentir coisas que há tempos não sentia.
Ver a alegria nos olhos de quem te viu crescer e que te vê hoje mudada.
Quem sabia de todas as tuas vontades, teus esforços e tua dedicação para que tudo fluísse bem.
Mas ao mesmo tempo em que a acolhida pode ser (re)feita, surge a certeza de tempo imperdoável que corre com impressionante rapidez.
O sonho não é mais o mesmo. Embora o antigo ainda esteja adormecido por não ter sido concluído com tamanho êxito.
Mas outras pessoas estão dispostas a concluí-lo.
Meu tempo passou e eu aprendi a ser livre a minha maneira.
Sem compromissos, sem amarras.
Não que eu não deseje voltar, não que eu não anseie voltar a passear canções lindas.
Mas agora eu perdi o ritmo. E não as danço.
Apenas escrevo lembranças de um tempo perdido e passado que era bom.
E que agora está mudado.