Páginas

12/10/2010

Alegria! Alegria?


Abram alas, o circo chegou!
Cheio de atrações para encantar os adultos e a criançada, trazendo alegria para todos. Mágico, trapezista, malabarista. Equilibrista, contorcionista, palhaço...
Ah, o palhaço... que encanta e faz sorrir, que alegra até o mais rabugente dos seres. O palhaço, cheio de magia e brilho, não deixa o riso cessar, não deixa a graça acabar. O maior e o melhor, a grande atração, o que atrai o público. Mas é tão triste ser palhaço; por detrás de toda aquela maquiagem e pasta d'água, existe um homem, existe um coração, existem situações irremediaveis, insolucionaveis. Existem dores.
Palhaço também chora. Palhaço também sofre. Palhaço também é carne, também é osso. Palhaço também tem uma família a zelar, tem contas a pagar, tem sonhos a realizar. Podem ser Joãos, Josés, Pedros, Marcelos,entre tantos outros que tem apreensões, que tem dúvidas.
Mas são palhaços.
E no momento que pintam o rosto, o nariz se torna rubro e os pés tocam no picadeiro, os sonhos somem, os problemas desaparecem o RG é esquecido, e ali, naqueles próximos minutos, não existem dificuldades, não existem barreiras; tudo é riso, tudo é esquecimento; tudo é ali, naquele momento. É o trabalho deles. Depois se resolvem os problemas. Depois solucionam-se as dores. O importante é não deixar o riso cessar. Depois a vida volta. Quando o espetáculo acabar, quando a luz desligar, quando a lona fechar. Quando se voltar a ser humano, quando se voltar ao normal.
Não existe circo sem palhaço. Não existe palhaço sem dor.