Páginas

26/02/2015

Sofia não fazia ideia que toda vez que corria, se dirigia direto para o abismo. Ela nunca aprendeu que a melhor maneira de parar de ter os mesmos problemas várias vezes, é enfrentá-los de uma vez só, sem anestesia.
Essa tarde, inventou um passeio, uma outra fuga pra esquecer o que ela sempre faz questão de lembrar. Seu coração esta apertado, sem palavras, só consegue chorar. Ainda não consegue entender. Como todo aquele palácio que construiu se mostrou de cartas e desabou em poucos instantes? Quando bateu o vento que fez tudo vir ao chão?
Sofia não sabe. Ela tem procurado distrair, abstrair, mas não consegue. Lembra sempre do mesmo sorriso, do meu cabelo bagunçado e da tristeza que sentiu quando ele quis ir embora. Parada na porta, recebeu um beijo de adeus na testa e fim.
Tentou de tudo. Cinema, festa, se enfiou no trabalho e não tira os olhos dos livros da faculdade. Tomou remédios para dormir e alguns outros para curar seus surtos psicóticos, suas tristezas estampadas em bulas de ansiolíticos.