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29/01/2012

Traumas, Camas e Travesseiros.


Nunca consegui dormir longe da minha cama. Bom, na verdade do meu travesseiro. De todas as vezes que eu tentei, ficava me revirando no colchão até amanhecer ou ser uma hora aceitável para levantar. É meio infantil, eu sei. Meio não, completamente infantil e imbecil, mas que posso fazer eu, se é a verdade?!
Entretanto dessa vez foi diferente. Não só consegui dormir como foi algo tão angelical e me trouxe tanta paz, que eu não queria levantar daquela cama.
Quem sabe o problema não fosse o travesseiro e sim a companhia que não deixava eu roçar meu pé gelado em sua panturrilha tão quentinha durante a madrugada. Talvez o grande problema não fosse a cama móvel e sim a cama-pessoa que me acolhia, de forma tão fria e superficial. Dessa vez não. Meu pé percorreu cada pedacinho daquela perna e a acolhida foi tão terna que, ai, se pudesse veria o mundo morrer ali.


25/01/2012


Um dia alguém vai se apaixonar pelo seu sorriso torto. Alguém vai precisar ouvir a sua voz antes de dormir e querer o seu bom dia para começar bem. Um dia alguém irá querer carregar as suas dores consigo e trazer um pouco de alívio. Esse alguém também irá aceitar as suas falhas, perdoa os seus maus entendidos e respeitar os seus silêncios mesmo que não entenda. Alguém com quem você poderá até ter… brigas exageradas, mas nunca irá embora. Alguém cuja a palma da mão, você terá decorado cada detalhe e cravado a marca dos seus dedos entrelaçados. Um alguém fará você chorar e vice-versa, porém, terá um abraço que acolherá todos os erros. Alguém que talvez te odeie um dia e ame no outro - ou no mesmo -, mas que invada diariamente o seu corpo de sensações únicas. Um alguém que te leva junto toda vez que parte, e te faz oscilar entre a vida e a morte em segundos de amor. Um alguém cuja alma te pertence desde sempre. Um dia um encontro marcará o que somente os olhos registrarão. Um dia, inesperadamente, alguém anula o resto do mundo para você. E você descobrirá, rapidamente, que esse alguém não poderia ser de mais ninguém, e nem você.


[Desconhecido]

24/01/2012

Bilhete Carteado do Canto de Sofrer.

São coisas que a gente não planeja, coisas que não dá pra se prever. Esses encontros, são obras de acaso que, bem ou mal, acaba influenciando todas as coisas. Embora digas que nada é porque tem que ser, eu contesto, nesse caso. Pessoas se cruzam porque tem de ser cruzarem. A gente não sai na rua e diz que vai encontrar a pessoa que vai revirar tudo que você sente. Neste caso, há de concordar comigo, não achas? Pois bem, eu sim.

Mas não é sobre isso que eu quero basear essa coisa, que teimo em dizer que não é uma carta. Diria apenas que é um bilhete extendido; no qual eu fico buscando palavras, frases que sejam agradáveis, uma maneira de tentar não te importunar mais do que importuno normalmente. Pois já disseste que sou irritante e não quero que penses que eu não tenho limites, por isso, busco maneiras razoáveis de dizer tudo que quero. Caio diria tão bem por mim, mas quero, apenas desta vez, usar minhas formas.

Forma. Eu nunca estive. Psicologicamente, eu digo. Até porque nunca liguei pro físico; nem o meu e de ninguém. Minhas emoções é que nunca foram medianas, limitadas. Sempre emocionalmente extrema e intensa. Nunca fui muito racional. Na verdade, sou sim racional. Prefiro pensar em vinganças ou como remediar uma situação, a pensar numa forma de prevenir a merda toda. Sempre fui adepta ao depois, nunca ao antes. Confusa. Complexa. Estranha. Sempre me achei um ET. Mas não quero falar como eu me sentia antes de você.

Sei que sou meio indiferente pra ti. Meio. Três quartos. Inteiro. Não sou oposto, não sou aposto, disposto. Só não sou o sonho. O anel, a assinatura, a igreja. Nunca pedi ou quis ser esta. Meu único desejo e vontade, era ser ao lado. Não grudado. Ser apenas o momento. O depois, o depois se encarregava de fazer sozinho. E por mim, o depois seria a amizade na chuva, as piadas na praça.

Contudo, nunca quis, mas sempre acabo pensando tanto em você. E doí. E é feito de fragilidade, que se eu penso forte demais, quebra, então eu fico a juntar cacos disso que haveria de ser resistente, mas não é. E em meio aos pedaços, vejo coisas tão belas. Uma borboleta multicolorida, o âmbar ofuscante que cega meus olhos, uns pedaços seus também. Um sorriso, que por causa da força do pensamento, está quebrado. E choro. Não te quis quebrar. Te quis inteiro. Te quero. E desesperadamente busco o outro pedaço, para te ser inteiro novamente. Para admirar-te com essa adoração santa que eu tenho por ti.

E meu baú. Recordações, lembranças. Sempre as tenho. Elas me perseguem, não me deixam em paz, não me deixam ser paz. Querem que eu sofra, que seja dor. Então fujo. Mas me encontram e despejam sobre mim todos aqueles dias bons que não voltarão jamais e que tão cedo foram embora. A chuva, o sol, o calor, o frio e o encontro. Teu rosto fortemente delineado pelas linhas da memória; quisera eu, que não fosse assim tão louco, tão intenso. Queria apenas que fosse brisa suave em dia de mormaço, nunca uma ventania em dia de tempestade. Mas é assim que é: forte, rápido e devastador. E me matam. Todo o dia. E renasço porque embora a vida doa e machuque, ela vale a pena, pelo simples privilégio de que ela é, não concordas? Sei que sim.

Acredito que não irás chegar até aqui na leitura desse ''bilhete extendido''. Mas se estiver enganada, nunca saberei, por favor, perdoa-me. Se estiveres aqui, tudo que supostamente tentei dizer de maneira suave, foi que te admiro, te adoro e te quero como referência de fé e determinação. E que independente de passado, futuro ou qualquer que seja o tempo, de seca ou chuva, estarei a disposição e que aceito que não seja como eu queira. Me acostumei com as condições de todas as pessoas que me cruzaram o caminho, por que diabos, eu não seria conivente com as suas? Pois é.

De coração, te digo. É cativo, como outros poucos e lembrarei (bem ou mal, embora com dor ou não - mas lembrarei) para sempre.

23/01/2012

14/01/2012

Conto Sobre a Loucura



Eu o esperava toda noite
Suja de guache carmim
Entre latas e miados
Só se encontrava a mim.

Corujas piam a meia-noite
Dores dos que não cantam
E me acuavam tão calada
Dentre tudo que havia ali.

Grandes animais me acompanhavam
Até o raiar do sol nascente
Tardando três da tarde
Voltavam e grasnavam pelos cantos.

Entoava orações sussurradas
Para poder prosseguir em espera
Esperando voltar talvez
Cinza de guache, a vida suja.


07/01/2012

Bons Frutos: Mero Conto de Cinderela

Boas coisas sempre surgem se você planta o bem. Você só colherá bons frutos se plantar sementes prósperas.

Ouço esses conselhos há tanto tempo que nessa altura da minha vida quando alguém me diz isso, peço desculpas e caio na gargalhada. E se a pessoa levar pro pessoal, problema dela. Provavelmente ela não deve me conhecer bem, primeiro por me dizer isso e segundo por ficar ofendida. Quem me acompanha há algum tempo, sabe que eu tô pouco me importando pra essa história de colher o que se planta. E não é pretensão dizer assim. Apenas desacreditei e perdi a fé na colheita. Explico.

Como já disse, ouço esses "disparates" desde que comecei a me achar gente. Tinha 13 anos a primeira vez quando a primeira pessoa me aconselhou assim. Cega e prontamente acatei sem protelar um "a". E comecei a plantar as minhas sementes saudáveis e cuidá-las para que florescessem e eu pudesse então, usufruir dos frutos que brotariam. Só que tem um porém. Embora eu cuidasse todos os dias, regasse de amor e fizesse a porra toda da maneira que me orientaram a fazer, essa bosta nunca deu uma mísera folha. OU seja, não me levou a merda de lugar nenhum. Fiquei lá, durante 4 anos esperando e nada. Esperei tanto que quase criei raíz e floresci antes das sementes.

Pois bem. Aos 17 anos e não sabendo quase nada da vida (porque perdi cuidando, bom, vocês sabem), resolvi chutar o balde, rodar a baiana, meter o pé na jaca e tudo o mais. E pasmem quando eu digo que aquelas sementes nem raízes criaram, eram chochas. Mais uma prova que estive errada o tempo todo. Afinal eu deveria estar mentecapta quando acreditei que nascem bons frutos. Você pode cultivar o que quiser, mas só nascem ervas daninhas.

Desde então, passei a ver o outro lado. Se boas coisas não nascem pra você, dá para obter de outras maneiras. Comprar, explorar, sacanear, chantagear, ironizar, entre tantas outras delícias que a vida te oferece em bandeja de prata. É possível ser bem feliz mesmo sem frutos, rindo do fracasso agrícola dos que não conseguem e ainda tentam.

E se você não consegue cultivar, outros também não. O jeito é: ou chorar coletivamente pelo fracasso ou rir do quão estúpidos depositaram fé em algo inútil, enquanto tomam uma cerveja gelada. Você escolhe.

05/01/2012

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E a única coisa que te apetece agora é
um café forte e a canção que entoa all a need is love.

01/01/2012

De tudo, o melhor.

Sabe, foram tantos momentos nesses últimos 365 dias que, não me permitiria não relatar algo sobre eles. Não me perdoaria se não o fizesse. Então mesmo aos trancos, venho dizer-lhes que foi um bom ano. Talvez não com aquele toque de perfeição que eu esperei quando vi os fogos da virada na madrugada do dia 1 de janeiro desse ano e como esperarei novamente dessa vez, mas com mais esperança que aconteça.

Sei que já falei, esbravejei, reclamei, abençoei e tantas outras coisas que expressei publicamente sobre esse tempo decorrido, mas sempre é bom ressaltar, principalmente quando as coisas te deixaram marcas.

E o que mais me despertou atenções foram as pessoas. As que eu conheço, as que não, as que eu quis conhecer e as que eu deixei de conhecer por pura falta de vontade ou de fé na humanidade. Mas sobretudo aquele que me permitiram ir além exterior. Os que eu conheci por dentro. Seus medos, sofrimentos, sonhos e alegrias. Seria fácil demais dizer que foi bom conviver, vivenciar e ser feliz ao lado deles, mas hoje não. Apenas me permito nostalgiar isso. O que vale realmente dizer sobre eles é que realmente eles valeram a pena pelo que me ensinaram, cada um ao seu jeito, cada um o que precisava me mostrar. Opiniões contrárias, foram debates infindáveis que contribuiram e muito. Muitas delas até hoje não terminadas, apenas abrandadas em fogo baixo pra voltarem a tona qualquer hora dessas. Foram essas opiniões que me trouxeram aqui hoje escrever essa porção de palavras sem sentido e que não me deixaram parar no meio do caminho, embora fosse o caminho errado. Não me deixaram perder a fé em mim e em meus sonhos que, hoje acordam e fazem rebuliços dentro de mim. E embora eu já os tenho agradecido por isso e por muito mais, acredito que agradecimentos e reconhecimentos sempre são bons, então pessoal, obrigada por tudo. Se eu conhecer esse ano, uma pessoa com 1/3 do que vocês são, eu serei indizivelmente feliz.

E faltando duas horas e meia para o profético 12 vir a tona, digo-lhes que errem mais. Sim, errem, pois erro também é caminho. Erros são as grandes vitória que podemos ter. A penicilina foi um erro que deu certo. O 14 Bis foi concretizado apenas na 14º tentativa. Então, erre!

Que esse ano, que não é novo e que apenas dorme dentro de você, desperte e traga bons ventos que soprem por todas as direções para que você escolha para onde ir. Que você possa escolher, diante de tudo ser feliz. Independente de tudo. Que em 2012 você viva mais, ria mais, sofra mais, aprenda mais.

E que a força esteja com você. :)