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20/03/2011


Suspeito que Deus tenha um carinho especial pelos que apesar de tudo, apesar de tudo aprenderam a sorrir.


[Caio Fernando Abreu]

11/03/2011

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Se tudo o que esperavam de mim depois disso, era que eu sentasse no chão e começasse a chorar descontroladamente, estavam completamente enganados. Todos sabem que doeu, que chorei, que lacerou e que agora, eu me sentindo a pior pessoa do mundo. Mas isso não é o fim. Não teve um fim perfeito, então significa que não acabou.
Em dois anos, eu amarguei a mesma dor, a mesma angustia e solidão, sofrendo com esse sentimento que nem sempre foi tão bom. Por que justamente agora, que as coisas estão se ajeitando, desembolando e se transformando numa coisa que eu sempre quis ter, eu jogaria tudo pro alto e sairia correndo?
Sou fraca? Sim. Sou estúpida? Também. Mas nunca, em nenhum momento da minha vida, me permitirei ser medíocre e covarde, ao ponto de deixar tudo pra trás e desistir. Fui burra o suficiente pra entrar nessa situação. Sou também, fria demais pra conseguir sair dela sem nenhuma sequela aparente. Embora já tenha dito que feriu, eu não me importo. A carne regenera. A dor no coração também. Quem quer, consegue.
A única coisa que jamais terá solução é a dor do arrependimento por não ter tentado. Antes um não explícito a dúvida do será.
Não acabou...

05/03/2011

E no fim de tudo


meu travesseiro e cobertor, estão sempre prontos
pra receber minhas lágrimas e amenizar a minha dor.

Mongas Apaixonadas.

Meninas nascem e crescem com a filosofia de que são obrigadas a encontrar o príncipe encantado, o cara perdeito e ficar com ele o resto da vida.
Meninas nascem e crescem com a responsabilidade e a noção que terão de casar, cuidar da casa, cuidar do marido e dos filhos.
Meninas crescem com a ideia de que elas precisam, antes de ser delas mesmas, do marido.
Quando uma meninas pensa em revolucionar, em mudar toda a história que já esta predestinadamente escrita, são tachadas de loucas, rebeldes e insensatas. Terão sim que engravidar, criar, envelhcer, morrer, nessa ordem e sem alteração. Nascem e morrem para serem escravas.
Entretanto, existem meninas que, mesmo dizendo que não, que não compartilharam com essa ideia bizonha de sou-obrigada-a-casar-e-ter-meus-filhos-e-meu-marido, lá no fundo ainda sonham tudo isso.
Eu sonhava, eu queria mesmo sabendo que não daria certo, que prosseguir seria burrice, seria dar um tiro no pé, eu não ligava. Eu queria, eu conseguiria. Mas não é bem assim que as coisas acontecem. Ir atrás doí. Fugir do óbvio é dolorido. Encarar o óbvio, é suicídio.
As vezes demora pra se perceber isso e quando se percebe, é tarde demais pra qualquer possibilidade de remendo, de junção de um coração quebrado e esmiuçado pela própria burrice.
Menina mesmo não querendo, acaba caíndo na esperança, na ilusão. Meninas ceticas sentimentalmente não existem. Podem até existir, mas uma hora elas caem e ralam-se todinhas, pior do que as bobinhas e monguinhas apaixonadas.
Meninos não tem coração. Meninos, o alfa e o ômega. A prioridade do mundo humano. Homens, irresponsáveis. Reflexo na humanidade.