Páginas

24/04/2011

7:35

Quatro da manhã
Ou um pouco mais
Dominada pela insônia
E arrasada pela ausência
A dor que aperta o peito
Café, lembranças, lágrimas
Se soubesse que aquele olhar
Era seu sinal de adeus
Ainda é ferida aberta
Que ainda lateja forte
Quando seu nome vem a memória
E custa cessar
Se algum milagre existir
Clamo que se realize a mim
Porque não há mais graça
Viver aqui, sem seu toque
Sem você.

17/04/2011

This is He

Ele é uma vontade de querer que não se quer querer. Um sonho criado no inconsciente e materializado em forma de humano. É a música que você adora ouvir e não enjoa, porque ele tem aquele embalo gostoso. É a presença ausente, transfigurada atráves de lembrança. A poesia musicada, o afeto natural, o olhar singelamente simples. E simplista. É o saber-se e não encher-se arrogância. O amanhecer trazido pela esperança de um novo dia que chega. Marcante, ofuscante. Que te transporta pra longe sem quere voltar. Assim é o poema. Assim é ele.

16/04/2011


Nada mais imposrta, só nós dois. Se é amor nunca deixamos para depois.





[A Garota - DaRosa]

14/04/2011

Idiossincrasia

No início eu achei que não fosse nada. Era só uma vontade louca de agarrar aquele cara no meio da festa. Eu tava podre de bêbada e no outro dia eu nem iria mais lembrar o nome dele. Que mal isso iria fazer? Nenhum. Mas não agarrei. Me permiti pagar de menina santa, mesmo com meu comportamento (alcoolizado) demonstrando o contrário. Na verdade, não seria nada; se a vontade tivesse passado. Mas a porra da vontade ainda tá aqui gritando a plenos pulmões em meus ouvidos, o quanto eu sou um animal, o porquê eu nuca consigo fazer a coisa certa pro momento. Grita, berra e esperneia, tanto, que eu não consigo mais ter uma noite de sono decente. O coisinha chata que tá gostando de me atormentar. Mas essa não é a pior parte. Perder o sono, vagar a madrugada inteira, normal, o problema é que eu vi a porcaria do homem UMA VEZ. Uma ÚNICA vez e tô assim, se enxergasse a cara dele todo dia, já tinha mandado o carro de som com o urso pooh e uma mensagem bem melosa pra atormentar a vida do pobre homem. Mas é poxa! Que eu posso fazer se tenho certeza que, quando olhar pra aquele do infeliz, eu vou gozar?! Sim, vou gozar só de olhar pra cara dele. E não tô sendo nem um pouco exagerada, tô sendo é realista pra caramba. Ele não é bonito, é o que dizem. E daí? Adoro belezas exóticas. E melhor ainda, a concorrência baixa bastante. Mas o cara é simpático, é engraçado, um amor, vou querer que seja bonito pra quê? Não sou o tipinho de ordinária mulher que sai com cara bonito só pra sair exibindo como um pedaço de carne no açougue. Prefiro que seja mais ou menos, com caráter, cultura e educação a um que é o top, o mais desejado da cidade, mas que tem de estupidez e grosseria o que tem de beleza. Ai não dá né minhas amiguinhas?! E esses dias vieram me falando: "ah, mas tem que ver direitinho como é o comportamento desse rapaz ai, porque ele é amigo do tal fulaninho, que é músico e todo músico, sabe né, tem fama de galinha. Esse gurizinho teu ai, deve pegar o exemplo do amigo e sair agarrando todo mundo nas festas." Deu vontade de esfregar a cara desse ser na parede e perguntar se em algum instante eu falei que queria casar com ele. Não assino contrato de amor, isso não existe. Um papel qualquer e o amor é eterno. Mentira. Quero o moço sim, mas nunca foi extremista em falar em casamento. Quero ele como um amigo colorido, com quem eu possa contar sempre que precisar. E tem outra; homem sem-vergonha, qualquer mulher sabe como ajeitar direitinho. Nem que seja na base do tapa.

10/04/2011


- Se você pudesse fazer apenas um pedido, o que você pediria?

- Nada.

- Mesmo que fosse o seu maior sonho, você não pediria?

- Não. O meu maior sonho já está nos meus braços agora.

Havia um tempo em que eu vivia um sentimento quase infantil. Havia um medo e a timidez, todo um lado que você nunca viu. E agora eu vejo aquele beijo era mesmo o fim. Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim. [...]


[Renato Russo e Paulo Ricardo - A Cruz e a Espada ]

Sou apaixonado por abraços. Não resisto a segurança de abraços fortes, sinceros que me envolvem e sinto como se um choque de esperança me fizesse ver as coisas de outra maneira. Então, poupe-se de procurar palavras pra me agradar, de algo que me faça sorrir e me sentir melhor… Apenas me abrace, e me segure bem forte.



[Caio F.]

Eu não conseguia parar de fitar aquela porta. Me disseram que você viria. Ansiedade. Nervoso. Seria hoje que a vida sorriria pra mim? Ela tem sido tão ruim ultimamente. E nenhum movimento interessante na porta. Quem sabe a vodca me acalme. Pura. Duas pedrinhas de gelo em um copo plástico. Dois minutos. Volto a minha posição inicial e você já está ali, doutro lado da sala. Cabelo preto, camisa xadrez e tênis. Tão lindo e tão inalcançavel. Pego um cigarro mas hesito na hora de acender; lembro que uma vez você disse que mulher fumando era a pior coisa. Desisto. Mexo o gelo no copo com os dedos e bebo um pouco. O nervosismo não passa. E você tendo a atenção de todos e assim sendo todo solicito. Você não gosta disso. Te estudo faz tempo e teus olhos confirmam minha tese.

Eles encontram os meus, assustados.

Atravessas a sala toda, ignorando os demais, rente, em minha direção. Me vens e me diz que a música é boa e me tiras para dançar. Música? Que música? Ah sim, deve ser o meu coração em ritmo de escola de samba que somente eu ouço. Você me olha e me sorri. E me embala como se aquela fosse a mais linda canção de ninar. E como num pedido, no mesmo passo da canção, sussuras ao meu ouvido:

- Vem ficar comigo, depois que a festa acabar?