Páginas

22/08/2012

Declames Lúdicos de Uma Mulher Folhetim


Eu não quero acordar todo dia ao teu lado e ver tua cara de sono. Eu não tenho a intenção de ser classificada como a mulher da tua vida, como aquela que mataria e morreria por você. Sua mãe faz esse papel melhor por você que qualquer outra pessoa. Deixo-o com ela então.

Não quero contratos. Não me vejo em frente a um líder religioso vestindo branco e afirmando positivamente. Nunca me vi. Não me verei. Ao menos por um bom tempo. Não sou Amélia. Não sou Poliana. Sou realista e sei que absolutamente nada durará para sempre.

Não quero te esperar com o jantar feito todas as noites numa cozinha gelada com um sorriso palidamente amarelo.

Eu sei, meu bem. Você nasceu para ser livre. Teus olhos te acusam e não recuam. Assim como eu também nasci para ser livre. A constituição nos iguala para ir e vir. Todos somos o que queremos ser.


Eu quero ser isso. Apenas.

Mais uma das musas sem nome de Chico.

Aquela que não vai saber te dar carinhos assim que amanhecer. Aquela que quer ver sua escova de dentes solitária. Aquela que dança sem limites, que grita sem limites, que sonha sem limites. Aquela que pode te fazer feliz, mas que não tem paciência para tal.

Eu posso sim, mudar de ideia. Eu posso escolher o caminho da direita. Eu posso me submeter a ser a última expressão "sim senhor" algum dia. Mas não hoje. Hoje não é o dia de tomar juízo. Hoje não é o dia de ser um embaço. Hoje é um bom dia. Um dia pra ir para um bar. Beber. Rir. E te dizer sim. Esse é o meu papel. Eu sempre te direi sim. Eu sempre vou querer sentir teu abraço. Seu bafejar na minha nuca. Sentir teu cheiro de café passado impregnado em mim. Mas só.

Sem promessas. Sem futuro. Só presente. Até o sol nascer. 

15/08/2012

Equiparações.


Primeiro a queda. Na verdade, primeiro é a pressa a corrida. Depois vem o tombo. E é desses que te quebra todo. Desses que nenhum ossinho fica no lugar. Rala o coração, esfarela a esperança e te deixa apenas em pó.
Mas uma coisa permanece intacta, intocável. O sonho. Esse nada afeta. Nesse ninguém mexe, nada abala. Ele é quem te reconstrói. Ele que te te motiva a juntar cada caquinho perdido por entre as frestas da decepção e te faz vivo. Que te sussurra ao pé do ouvindo "Levanta devagar, mas fica de pé. Agora, com calma inspira, isso. Agora expira. Boa garota! Isso mesmo! Repete. De novo.".
Te reestrutura.
E te faz fôlego.
E te faz sobre a vida. Te dá sobre vida.
Te olha com olhos de criança travessa, pronta pra te pegar pela mão e te levar. Correndo por outros caminhos, outros nomes, outras cores. E se cair, repete. Te ajuda.
Teu sonho é teu companheiro eterno. Aprende.

02/08/2012

Pró - Emocional



Porque quando a batalha é boa, não nos importa o preço do armamento e munição. Não importa o tempo que vai levar até o fim. Até porque uma boa briga, dessas que valem a pena lutar, das que o único objetivo é sair vitorioso, essas brigas nunca tem fim. Tem pausa. Mas final de verdade, não existe.
Eu tinha uma batalha dessas pela frente. Cair e levantar com cortes, eram convicções ratificadas em minha mente. Eu queria e não largaria a espada por qualquer que fosse a adversidade. Sabia que a única maneira que pararia de digladiar, seria saindo com êxito e troféu.
A única coisa que eu não tinha certeza era se aquele esforço seria válido.


E se valeria a pena.