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23/05/2013

Anagramatizando Analogias.

Minha vida e meu roupeiro são a mesma coisa.
Desarrumados, um tanto quanto tortos. Capengando.
Muita coisa fora do lugar, muita coisa jogada nas portas. Coisas da estação passada que eu ainda não tirei dali porque achei que fosse precisar.
Quando tem um espacinho vazio, faço questão de colocar uma coisa nova que sei que não vai caber.
Se tem um cantinho organizado, remexo até ficar bem amassado. Eu não sei deixar sossegado num lugar só.
Em suma, eu me perco no meio da minha própria bagunça. E nunca tenho tempo pra arrumar.

A minha vida, muito menos.

Sobre todas as coisas que eu nunca vou saber te dizer.

Perdoa.
É que eu sempre fui de meter os pés pelas mãos e correr sem saber se a maratona teria sempre um só campeão. Eu sempre fui com muita sede ao pote e acabava derramando toda água. Fiz lambança a vida toda. Eu queria um vez saber o gosto que ter paciência traz. E fiz bagunça de novo.

Perdoa.
Porque eu não sei o que eu quero fazer. Só sei o que eu quero ser e isso, ninguém deixa. E porque eu sinto de vontade de chorar quando eu olho pra você. Talvez por paz ou por conforto.

Perdoa.
Se eu acho que tudo isso é uma mentira.

Perdoa.
Você foi um achado.

Eu só estou delirando.

19/05/2013


"Shhhh", she said. "I'm sleeping."

Just like that. From a hundread miles an hour to asleep in a nanosecond. I wanted so badly to lie down next to her on the couch, to wrap my arms around her and sleep. Not fuck, like those movies. Not even sex. Just sleep together, in the most innocent sense of the phrase. But I lacked the courage and she had a boyfriend and I was gawky and she gorgeous and I was hopelessly boring and she was endlessly fascinating. So I walked back to my room and collapsed on the bottom bunk, thinking that if people were rain, I was drizzle and she was a hurricane.


- Looking for Alasca, John Green
Deixa a menina chorar.
Não pede pra ela explicar porque caem essas lágrimas.
Ela não saberá te dizer.
Deixa a menina chorar.
Ela tá se limpando por dentro.
Deixa menina chorar.
Deixa jogar os medos fora,
deixa ficar com a insegurança estampada.
Deixa a menina.
Deixa chorar.
Chora, menina.

11/05/2013



É outono, mas hoje eu pareço uma criança de três anos que se perdeu da mãe dentro do supermercado na véspera de Natal. Perdida, assustada. Com medo de tudo que possa vir a seguir. Tenho medo da mão que vai me guiar até um lugar seguro. Eu só quero a minha mãe. Eu só quero sair correndo pro lugar mais próximo e me esconder. Quero o escuro. Quando minha mãe me encontrar ela vai me xingar por ser tão distraída. Desculpa mãe. Eu ainda não aprendi a me virar sozinha. Mas entende, eu sou apenas uma criança. Só me leva pra casa agora e faz carinho no meu cabelo até eu dormir. E não liga se eu chorar enquanto você me carrega no colo. Só faço isso porque seus braços pra mim são o melhor refúgio. Mãe, só me abraça forte e diz que tudo isso vai passar. Que tudo isso é um pesadelo e que depois de um grito, todos os monstros irão embora. Mente assim pra mim, mãe. Por favor...