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29/10/2010

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Estranheza.
Disformidade e distorção.
Não reconheci aqueles olhos no espelho. Eram diferentes dos que eu conhecia, eu nunca os tinha visto tão maculados e tristes, tão sujos pelo mundo. Não assimilava meu corpo, minha mente, não conseguia perceber se estava sóbria ou ainda inebriada.
O que eu havia feito? No que estava me transformando? Eu não era assim, eu não sou assim. Que estranho lapso de consciência havia me abatido para que não me lembrasse dos meus valores, dos meus conceitos, verdades e ensinamentos?
Embora procurasse respostas em todos os cantos obscuros em minha volta, a única coisa que encontrava era dor. Alheia e própria.
Dilacerando não a carne; dilacerando a mente, o meu eu, externo, interno, inteiro.
Precisava de recuperação. Urgente.