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03/12/2010

Never Hapiness

Na chuva, 8 da noite. Feriado. Minhas lágrimas caiam ao chão e se confundiam com as gotas. Estava disposta a terminar tudo. Na sacola, uma seringa e uma ampola enorme de adrenalina. Eu faria aquilo, te tendo como testemunha. Já até havia decorado as minhas últimas palavras por semanas e agora chegara à hora de pronunciá-las.
Oito e 15. A tempestade aumenta e os ventos ficam mais fortes. Nada me importa. As pessoas se perguntavam por que eu andava sozinha, pranteando na chuva. Elas não entendem sobre a dor. Nunca as machucaram de maneira profunda, nunca tiveram um sonho quebrado, que só o tempo tempestivo saberia entender tamanha revolta.
Oito e 37. Chego em frente ao seu prédio. Vestido encharcado, salto quebrado, maquiagem inexistente, restando apenas um pouco de preto em volta aos meus olhos vermelhos e inchados. De joelhos. É a minha última chance de vingar o que me fez. Interfone tocando.
Oito e 44. Velas e flores. Boa noite! O que é isso? Mais uma tentativa de me conquistar, jogar, brincar, dispensar. Chega. Não consigo mais. Então declamo o discurso. "Existem coisas que precisamos matar para que possamos seguir em frente."
A agulha encontra seu braço. Antes de você cair, você diz que me ama. Agora é tarde. Fim. Parada cardiorrespiratória. Homicídio doloso. 12 anos. Antes de ir, abro seu uísque caro. Vamos comemorar.
Agora eu estou presa. Você, não sei. Eu sinto muito e sinto sua falta. Mas nos encontraremos em breve. A corda que roubei da cela ao lado, já está armada. Até daqui a pouco, benzinho. ENCONTRO-TE NO INFERNO.