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14/04/2011

Idiossincrasia

No início eu achei que não fosse nada. Era só uma vontade louca de agarrar aquele cara no meio da festa. Eu tava podre de bêbada e no outro dia eu nem iria mais lembrar o nome dele. Que mal isso iria fazer? Nenhum. Mas não agarrei. Me permiti pagar de menina santa, mesmo com meu comportamento (alcoolizado) demonstrando o contrário. Na verdade, não seria nada; se a vontade tivesse passado. Mas a porra da vontade ainda tá aqui gritando a plenos pulmões em meus ouvidos, o quanto eu sou um animal, o porquê eu nuca consigo fazer a coisa certa pro momento. Grita, berra e esperneia, tanto, que eu não consigo mais ter uma noite de sono decente. O coisinha chata que tá gostando de me atormentar. Mas essa não é a pior parte. Perder o sono, vagar a madrugada inteira, normal, o problema é que eu vi a porcaria do homem UMA VEZ. Uma ÚNICA vez e tô assim, se enxergasse a cara dele todo dia, já tinha mandado o carro de som com o urso pooh e uma mensagem bem melosa pra atormentar a vida do pobre homem. Mas é poxa! Que eu posso fazer se tenho certeza que, quando olhar pra aquele do infeliz, eu vou gozar?! Sim, vou gozar só de olhar pra cara dele. E não tô sendo nem um pouco exagerada, tô sendo é realista pra caramba. Ele não é bonito, é o que dizem. E daí? Adoro belezas exóticas. E melhor ainda, a concorrência baixa bastante. Mas o cara é simpático, é engraçado, um amor, vou querer que seja bonito pra quê? Não sou o tipinho de ordinária mulher que sai com cara bonito só pra sair exibindo como um pedaço de carne no açougue. Prefiro que seja mais ou menos, com caráter, cultura e educação a um que é o top, o mais desejado da cidade, mas que tem de estupidez e grosseria o que tem de beleza. Ai não dá né minhas amiguinhas?! E esses dias vieram me falando: "ah, mas tem que ver direitinho como é o comportamento desse rapaz ai, porque ele é amigo do tal fulaninho, que é músico e todo músico, sabe né, tem fama de galinha. Esse gurizinho teu ai, deve pegar o exemplo do amigo e sair agarrando todo mundo nas festas." Deu vontade de esfregar a cara desse ser na parede e perguntar se em algum instante eu falei que queria casar com ele. Não assino contrato de amor, isso não existe. Um papel qualquer e o amor é eterno. Mentira. Quero o moço sim, mas nunca foi extremista em falar em casamento. Quero ele como um amigo colorido, com quem eu possa contar sempre que precisar. E tem outra; homem sem-vergonha, qualquer mulher sabe como ajeitar direitinho. Nem que seja na base do tapa.