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18/06/2011

Olhava para todos os lados, para cima, para baixo, de algum lugar sabia que sairia uma solução. E naquele momento, naquela estrada esburacada pela qual o ônibus passava, pensava em tudo que deixara para trás; os pais, os amigos. Mas estes entenderiam o porquê abrir mão de toda uma vida e ir embora. Entenderão que não foi por covardia que fugiu, mas sim pelo fato que não conseguia mais sorrir ali e que se não mudasse, o nó que trancava sua garganta sufocaria.
A cada buraco, uma lágrima. Por cada coisa que passou, por todas as coisas boas lembradas, pela dor, o coração partido e a saudade que começava a brotar já tão cedo. Difícil ir, mais complicado ficar. Sentia como um coelho cego e perdido, frágil, um alvo fácil. Embora tivesse toda astúcia necessária, estava cansada, machucada. Melhor opção, fugir.
Fugir para renascer, fugir para se fazer maior, fugir para mais forte, um dia voltar. E para esquecer, ser feliz.