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11/08/2011

Temendo Onde Cair

Não se sabe quando aquilo começara ou quando iria cessar, se é que algum dia fosse previsível o fim. Era incomodo quando o batia na hora errada. Precisava correr, mas não podia. Tinha de ficar firme, aguentar, superar. Não é enfrentando os medos, que se os perde? Então!
Mas não suportava e caia na tentação da fuga. Não importasse qual fosse, mas fugia. Só que logo recobrava a consciência e lembrava que cedo ou tarde, aquilo iria pegar um galho pontudo e afiado, e lhe cutucaria de novo, dessa vez fincando na carne.
E então começava a dor. Não existia rémedio.
Já quase não sorria e não se sentia a vontade. Aquilo havia lhe tirado até a ânsia de viver. Consumia pouco a pouco seu interior. Desistira da fuga, pois assim o fazendo, seguiria andando em círculos. Se fosse para viver em 360 graus, que nem se movesse.
Apenas esperava, imóvel, que aquilo um dia o deixasse para que pudesse voltar a viver livremente, mesmo sabendo que um dia regressaria. E nesse dia então, aquilo lhe dominaria e fecharia todas as suas possíveis saídas.