Ela não aceitava que sentia. Ele negava o sentimento. Mas todos viam que um não sabia-se mais sem a presença do outro. Tentavam correr atrás de um ódio que não era possível. Perderam-se na imensidão e na pureza daquilo que nutriam (e escondiam) um do outro. Evitam os mesmos lugares pois era inevitável a troca de olhares.
Ele sonhava todas as noites com ela. Ela queria a companhia dele para sempre. Mas eram orgulhosos como duas portas de madeira maçiça. Ela por não ter uma condição tão boa quanto a dele. Ele pelo reverso. Queriam fugir de tudo aquilo.
Tinham a mesma vontade. Correr e correr para um lugar distante e distinto, desfazendo todas as indiferenças e pré-conceitos que todos que os rodeavam tinham da situação, deixando para trás toda a reprovação sobre estarem juntos.
Enquanto isso, sentavam-se lado a lado e fingiam-se nada um para o outro.