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17/11/2011

Entre o Tempo e a Ausência, o Carinho Necessário.

E a gente se perdeu como se nunca houvesse se encontrado.
Foi como se cada memória, cada conversa longa, séria e quebrada por momentos de descontração para aliviar, nunca tivesse existido. E o que mais é surpreendente: nenhum de nós notou. Ou se notou, não fez força pra mudar o caso da situação. Eu sei, é meio complicado querer avaliar os erros depois de dissipado e não existem motivos aparentes do porque nos afastamos.
Você me fazia forte. Eu confiava em você pelo simples fato de gostar de você de uma maneira absurda que eu nunca consegui explicar. Não consegui nem ao menos classificar o que e sentia. Eu te amava, mas não era um amor como eu costumava sentir. Você era a única pessoa de que eu realmente sentia falta quando não me dava um "Oi" ou um "Boa noite!" no messenger. E isso foi ficando cada vez mais escasso.
Acho que nesse meio tempo, entre o parar e o perceber a falta, eu fortifiquei. Eu aprendi a não me deixar abalar com os percalços diários e suas frases cheia de humor aos poucos, foram se tornando um tanto quanto desnecessárias. Não que eu não goste ou tenha me acostumado sem, eu não notei.
Ele sempre foi mais que eu pude esperar de alguém. Sempre me animava e me colocava pra cima quando eu mais precisava mesmo sem saber.  Me estimulava e incentivava a nunca desistir dos sonhos que eu tive. Com uma piada pronta para cada sermão que eu dava nele, nunca consegui ficar mais de cinco minutos chateada ou nervosa com ele. Era uma espécie de irmão que escutava todas as minhas cagadas, dava sua opinião e sempre aconselhava a fazer o que era melhor para mim. Muita dor de cotovelo eu já chorei para ele. E ele lá, firme, como se aquele fosse o assunto mais importante do mundo. (Re)Aprendi a olhar o futebol com uma paixão viciante por causa dele. Eu precisava rever tudo que achava do esporte ou senão perderia o companheiro de prosa. Na verdade, eu precisei rever tudo de tudo e criar uma opinião sobre isso para debater com afinco com ele. Sempre o admirei por tão jovem e interessado pela crise da cana do açucar no Cazaquistão e como isso afetaria nós, gaúchos. Sempre ligado. Sempre atento. Inteligente. Prestativo. Atencioso.
Atenção. Eu não notei que estava perdendo. Alguma menina deve tê-lo conquistado e ele escolheu largar de mão tudo que pudesse o atrasar para seguir em frente. Ele fortificou e esqueceu de mim.
Eu também evoluí, cresci, mudei, só não fiquei insensível. Sinto falta dos sorrisos sinceros que me arrancava durante horas, mesmo que fosse falando da cueca escura do padre vesgo. Ele foi a melhor pessoa que eu conheci. E a mais importante que amei. Amor de irmão. Amor que não dá pra apagar com água sanitária ou com os litros míseráveis de aguardente que tomo por mês.
Criança, volta a me fazer feliz. Segue a tua vida, mas continua na minha, por favor!
E espero o seu bom dia amanhã!