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02/12/2011

Daqui Para Sempre: Apresentando ATE 2011/2014



Sempre fui muito sentimental. E isso não é segredo para ninguém. É corriqueiro as pessoas me verem chorando por ai ou com uma alegria incomensurável. Mas não é esse ponto do sentimentalismo que eu quero chegar. Por ser desse jeito, me entrego, me apego demais as coisas ou as pessoas.

Pois bem, não é diferente nesse momento que passamos agora em nossas vidas. Faculdade, não é uma coisa tão banal e deve ser relatada. Lembro do inicio, aquela timidez esperada, o encontro repentino, os primeiros desafetos feitos apenas com o visual. Era visível a esperança no rosto de cada um. Os mais variados jeitos e as mais diferentes personalidades, vindos de tantos lugares distintos, era imaginável que essa miscigenação não daria certo de maneira nenhuma.

Mas deu. Dai então, formaram-se os primeiros grupos. E não houvesse o que poderia ser feitos para separá-los. Macumba, trabalho em duplas, conversas aleatórias eram sempre entre os seus. Demorou um pouco para acontecer a integração total. E desde então quando a mistura se misturou e deu origem ao que fomos nos tornando.

E com essa integralização generalizada, acabamos revendo conceitos, atitudes e primeiras impressões. "Quem sabe se a fresquinha não fosse tão fresquinha assim e tenha uma cabeça legal?" "É bom ir aos poucos conhecendo pra ver quem realmente vale a pena!" "Não custa nada dar uma chance pra pessoa mostrar o que é de verdade", eram as frases que mais fluíam na minha cabeça. E valeu a pena ter as seguido e ser guiada pela intuição.

Nada melhor que a convivência para mostrar quem usa máscaras e quem ali é de verdade. O nerd, o nerd arrogante, a esforçada porém simpática, a metidinha, a furiosa, a menininha, o engraçado, a líder nata, a festeira, o cachaceiro, o piloto de corrida, o fraco, o que significa, a palhaça depressiva, o cavalo, a infantil, a introvertida e tantos outros. Éramos perfeitos pelo que éramos, pelo que somos. E a nossa força foi se tornando unidade. Sofremos uma baixa no meio do percurso e sofremos juntos (ou grande parte sofreu) cada momento de angústia junto com ela. Torcemos, oramos, pensamos positivo e ganhamos! Nosso time depois de um tempo dolorido, voltou completo e com força total. Sabíamos que quando unidos, nada nos venceria. Nem uma doença sinistra.

Ajudamo-nos sempre que possível. Ficamos tristes com os desvios que a vida nos fez tomar. Nos angustiamos, quase ficamos carecas e prometemos nos empenhar no próximo semestre, sempre que chegava o fim de semestre e seu desespero inevitável. Chega a ser engraçado como as patadas se tornam cotidianas e depois que passa o estresse, são motivos de piadas nas rodinhas de conversa pelos botecos a fora por nessa cidade.

Rimos, choramos, torcemos, cantamos, corremos, subimos, descemos, estudamos, bebemos (e como! alguns até bem mais que o necessário) e o mais importante: aprendemos que nem tudo é como imaginamos e que todos vão nos magoar de alguma forma. Cabe a nós, magoados, tristes ou seja lá como nos sentirmos, erguer-nos do chão, limpar a areia dos joelhos, ter humildade para perdoar, erguer a cabeça e seguir em frente. Nem todos conseguirão pois o ego narcisista é tão grande que serão incapazes de sequer perceberem que estão no chão, dirá serem humildes a perdoar.

Aos que souberem, além de terem minha admiração, recebem agora um recado meu: vocês são grandes e serão maiores quando mais tarde perceberem que o que vocês aprenderam não lhes rendeu apenas um diploma, mas sim a virtude de serem grandes por saberem que se tornaram aquilo que seus pais sempre esperaram de vocês: se transformaram em pessoas do bem.

Do fundo do meu coração, esse ano foi maravilhoso e espero que os próximos três anos sejam para vocês o que os próximos quatro serão para mim: perfeitos.

Os deixo com o coração em cacos, mas a gente não pode desistir do que sonha né?! Aprendi isso com com vocês! Aprendi muito com todos vocês, sem exceção, aprendi como ser e como não ser e espero ter ensinado também. Espero que meu sorriso tenha confortado ou motivado alguém; se houver, sinto que a minha missão entre vocês foi cumprida.

Desejo-lhes todo o sucesso do mundo, assim como a maioria de vocês deseja para mim.
Espero poder entrevistá-los sobre a situação financeira do Brasil algum dia. Confio em vocês, acredito em vocês.


Com todo amor 
que eu poderia sentir e até bem mais que isso,
Lia Brahm Xavier, 
EX-ATE 2011/2014