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17/12/2011

Prender-se Em Liberdade Libertária


Sempre curti o impulso da liberdade sem medidas. Sempre achei a coisa mais fantástica do mundo, colocar uma mochila nas costas, uma grana no bolso, uma câmera na mão e sair para se aventurar sem rumo. Trilha, alpinismo ou qualquer que fosse o movimento. Se fosse possível explorável todas as minhas vontade mais ousadas, estava dentro. Mas se não oferecesse tanta oportunidade para novo, uma boa paisagem bastava.

Levando isso em conta, percebi que fui feita para ser pássaro. Livre e pronta para migrar rumo ao desconhecido. Fazer de cada galho meu lar e improvisar morada ali, já sabendo que não duraria minha estada. Meu instinto agitado me fez nômade por natureza e com orgulho.

E penso também se devo ser assim em relacionamentos. De todas as espécies. Desde a mais simples amizade até a relação com a família. Indo e vindo o tempo todo. A vida desgasta. Não há amor que resista as mais cruéis ausências. Inevitável a dor para ambos os lados. E com toda essa tecnologia só faz doer mais o peito, podendo ver mas sem abraçar, beijar, agarrar. Minha vida tem dessas coisas. Sabia dessas consequências quando escolhi ser o sou. Conhecia que teria de conviver com a importunação da saudade diariamente.

Se eu pudesse, levava todos comigo para onde quer que eu fosse. Roubaria um por um que sequestrou meu coração em cada canto onde descansei minhas asas e levaria comigo para explorar o mundo. Mas é tão difícil.

Quem escolhe ser, o faz de coração, amando até a última consequência dessa decisão. É preciso ser, além de tudo, forte e bom na interpretação, porque quando a saudade aperta o coração não tem blindagem e não se pode deixar transparecer público a dor. Quem é, não tem passado visível, apenas presente instável e futuro incerto.

Ser livre tem dessas contradições. Se ama o que se esconde. E se mostra amar apenas aquilo que se exibe.

Doí ser pássaro.