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30/09/2012

In Compatibilidades.

Eu preciso te tirar do sério.
Fazer-te rir um riso fácil com uma história qualquer sobre a banalidade de existir. Preciso ver a intensidade brilhar viva em teus olhos castanhos sempre tão alertas.

Eu preciso te tirar a sanidade.
Quero forçar-te a gritar todas as dores e medos que possam querer te assustar nas madrugadas frias e sozinhas quando a solidão não ter o tom para você a acompanhar. Te fazer ter vontade de escalar o Everest com as mãos e apenas com elas. Sem aparatos, equipamentos. Suas mãos sendo seu destino. Suas mãos, sua salvação ou morte.

Eu preciso te tirar a roupa.
Rasgar tua pele, sentir teu cheiro. Encontrar-me em ti e ter a certeza de que é ali o refúgio do coelho do relógio e do gato sorridente que cisma em aparecer em meus sonhos sem me dizer nada. Fugir da frugalidade e por um instante, sair de si. Ter a convicção de que gritos serão soltos, que a sanidade assistirá a tudo de longe e assustada e, os risos no acompanharam em cada segundo.

Eu preciso te tirar a alma.
Te despir dos seus (pré)conceitos, te deixar limpo de teses e teorias metaforizadas e insuficientes. Abrir seus olhos e te fazer enxergar que a vida vai além do quinto andar.

Eu preciso te tirar daqui.
Eu preciso te tirar da dança.


Eu preciso, te tirar de mim.