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22/01/2011

Lá fora...


E quer mesmo saber, eu desisti. Desisti de esperar pela eternidade, aquele amor que você disse que assim seria.
Me levantei da cama, coloquei um vestido, um salto alto, me maquiei e pintei as unhas de vermelho e fui sair por ai. Se sei que nenhum outro cara vai ser capaz de substítui-ló, será capaz de tocar meu corpo como você tocava e tantas outras coisas, mas sei que eles estão aí, disponíveis no mercado, prontos para me convidarem para tomar alguma coisa, jantar num desses restaurantes bacanas, por que raios eu vou continuar em casa, esperando o meu homem-masculo-e-maduro-que-me-ama-incondicionalmente, que nunca, nunquinha, vai voltar a colocar os pés aqui em casa?
Na verdade, você até vai tentar. Quando me ver feliz e bem resolvida com um outro menino, que é melhor que você e mais atencioso que você e mais respeitoso e mais, e mais, e mais. Sei, você vai se sentir um lixo e vai querer me procurar pra me provar que ainda tem pleno poder sobre e que basta apenas você apenas estalar os dedos e a bobinha estará de joelhos a todos os seus pedidos.
Mas não. Dessa vez, vai ser diferente. Vou levantar minha cabeça, eliminar qualquer resquício de lágrima sofrida que possa ainda restar em meus olhos e cruzar com você na rua e te olhar. Apenas te olhar. Somente retríbuindo todas as vezes que você me olhava com superioridade e eu apenas ficava quieta. Você já ouviu falar que o mundo gira e as coisas mudam? Pois bem, se não acredita, um dia você vai provar de tudo isso. E vai ser mais amargo que veneno mortal. E pior, pois você estará vivo para ver como as cartas podem ser alteradas na próxima jogada e foi exatamente assim que aconteceu.