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03/03/2012

Grávida, ela esperava ansiosa a chegada do seu tão sonhado rebento. Depois de tanto esforço, tanta luta, ela conseguira concebê-lo sem ajuda de médicos, da biologia, de laboratório. Sozinha, com seu empenho e dedicação por aquilo. Todos, loucos para ver a carinha do pequeno que estava para nascer. Os avós mais que ninguém, queriam logo segurar aquele fruto de esmero e cuidado que a filha tinha tido. Ela já sabia a roupinha que vestiria seu filho, quando juntos sairiam da maternidade.

 De cada detalhe ela havia cuidado, desde o conhecimento da gravidez. Fez o pré-natal, cuidou da alimentação, não teve um deslize sequer. Chorava toda vez que ouvia o coraçãozinho dele pelo ultrassom. E não aguentava mais apenas conhecê-lo assim. Queria tê-lo em suas mãos. Como sempre sonhou.

 As 20 horas de um sábado, o parto de anunciava eminente e incontrolável. Estava pronto pra vir ao mundo. Impaciente. Fez-se então o rebuliço. Todos corriam. cada um para um lado, todos com o mesmo destino. Correram. Apressados.

 Não foi suficiente a pressa. Nasceu morta a criança. Sequer um choro, sequer um fio de vida. Nada. Todo o esforço, tempo, dedicação e a maior vontade da vida dela, não pode viver. Porque não foi suficiente toda sua pressa. Não conseguiu dar vida. Fracassou e não soube onde.

 Sem chão, precisava voltar. Mas onde encontrar forças? Não conseguia encontrar.

 Onde encontrar?