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23/11/2014

Deixei as canecas sobre a pia e a cortina da janela continua fechada. É como se qualquer fresta que adentrasse esse cômodo fosse um convite a pensar em você. Uma oportunidade para pegar o telefone e discar seu número, rolar de rir dessa loucura e desligar quando você der o primeiro "alô?". Sou imatura a esse ponto sim, meu bem. Você sempre soube que meus parafusos nunca foram muito bem apertados, que sempre fui a ovelha negra de todo e qualquer ambiente onde adentrava. E você, todo recatado, resolveu se arriscar nesse misto de insanidade e rebeldia que sempre foi a minha vida. Não te adverti que seria um erro. Achei que seria seu. Mas como sempre o amor na minha vida é um jogo de azar, eu acabei fazendo 20 invés de 21. Perdi a aposta. Perdi você.
Agora, por favor, esqueça a cortina e o sol. Não me importo com a bagunça. Estranho foi me acostumar com a sua claridade e ter de voltar para as sombras.