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08/01/2015

Contra as Ações



Gostaria de pedir, no mínimo, um minuto de reconhecimento as pessoas pessimistas desse mundo.
Aqueles que preferem surpreender-se com o resultado positivo e não se frustram quando todos os planos caem por terra e não existe mais lugar para onde correr ou se esconder. 

O mundo existe hoje é por causa dos pessimistas. Por todos aqueles sem ambições, pelos conformados, os desanimados. Aqueles que ainda ficam surpresos quando o sol nasce no domingo. Para os pessimistas, todo dia é um dia de chuva em dezembro.

Todo pessimista guarda dentro de si, um ponto de luz, um broto de orquídea verde-esperança, mas que nunca floresce. Que existe só para provar que ali existe uma vida, uma alma em desinquietação, embora quase murcha, quase apagando-se. Os otimistas chamariam de fé, já para os realistas, verdade.

Mas, para os nobres e corajosos pessimistas, essa vida dentro deles é apenas... desconforto.

(*)

Felizes  são os que ainda sabem dançar. Dos que apesar de todos os tombos, ainda ousam arriscar. Os felizes não tem medo. 

Felizes são os tolos, em suas vidas ingênuas, das quais não se atrevem a sair para ver o sol se pôr vermelho, feito sangue escorrendo.

Felizes são os que mesmo desafinados, cantam, porque não desistiram de viver e não se contentam com o luto que a vida os exige.

Felizes são os que correm, sem sentido ou razão, apenas por correr. Procuram um lugar para ir, perto ou longe de toda essa sociabilidade que não os consegue prender porque eles não se bastam  no silêncio ou no marasmo. Porque eles exigem e querem o movimento.

Felizes são aqueles que fazem brilham os olhos, mesmo quando em dor. Porque o amor habita ali.

Felizes os que escrevem, mesmo que em pessimismo. Porque sabem que mesmo tristes, mesmo com o mundo aos seus pés, eles sabem se reinventar e voltar a alegria de sobreviver.